A História da Copa Rei Fahd 1992

A Copa Rei Fahd 1992 foi o primeiro torneio intercontinental de seleções realizado na história.

Sedento para aproximar o esporte mais famoso do mundo do seu povo, no final da década de 80, o governo da Arábia Saudita realizou diversas atividades para colocar o país na rota do futebol mundial.

Nesta época, o futebol árabe já atraía alguns treinadores e jogadores dos principais centros futebolísticos do mundo. Vale lembrar que Carlos Alberto Parreira treinou a seleção do Kuwait, na Copa de 1982, e dos Emirados Árabes, na Copa de 1990. Mas, comoo primeiro grande ato de formalização de investimento no futebol, inaugurou, em 1987, o belíssimo Estádio Internacional Rei Fahd, com capacidade para mais de 67 mil espectadores.

O estádio foi construído para ser o principal palco da Copa do Mundo Sub-20 de 1989, este sim, o primeiro grande teste internacional no país.

Com o grande sucesso da competição, as autoridades árabes agora queriam que as principais seleções do mundo desfilassem o seu futebol em seus gramados e, aproveitando a euforia que a seleção local gerou com o bicampeonato da Copa da Ásia (1984 e 1988), resolveram criar uma competição que reuniria campeões de algumas confederações do mundo.

Assim, em outubro de 1992, seria realizada a primeira Copa Rei Fahd, contando com quatro participantes que se enfrentariam em um formato de semifinais e com todos jogos sediados na capital árabe, Riad.

SELEÇÕES PARTICIPANTES DA COPA REI FAHD 1992

Para a competição, foram convidados: Argentina, campeã da Copa América de 1991, Estados Unidos, campeão da Copa Ouro de 1991, Costa do Marfim, campeã da Copa das Nações Africanas de 1992, e a Arábia Saudita, atual bicampeã asiática e país-sede.

Vale destacar que a Europa foi ignorada, graças ao apertado calendário de jogos de suas seleções. Poucos meses antes da Copa Rei Fahd 1992, a Dinamarca havia conquistado o título da Eurocopa.

ARGENTINA 1992

A seleção argentina era a grande atração da Copa Rei Fahd 1992. Levando a competição a sério, ela seria o aquecimento para a Copa América de 1993, e para a Copa do Mundo no ano seguinte.

Vindo de um vice-campeonato na Copa de 90 e do título da Copa América de 91, a Argentina tinha um elenco que mesclava uma experiência campeã a uma juventude muito habilidosa.

Goycochea era um goleiro de grande nome, mas que já havia retornado para a América do Sul defender o paraguaio Cerro Porteño. Redondo, Simeone e Batistuta eram novas realidades nos gramados europeus, atuando por Tenerife, Pisa e Fiorentina, respectivamente. De destaque, Leonardo Rodriguez e Cannigia comandavam o meio e o ataque da seleção hermana, e também o do Atalanta, da Itália.

COSTA DO MARFIM 1992

gráfico com os níveis da seleção da costa do marfim 1992

A Costa do Marfim havia figurado com boas campanhas no futebol africano na década de 60. Entretanto, vinha de 20 anos de ausências e desempenhos muito abaixo do que se esperava de sua seleção. Porém, tudo mundo na Copa das Nações Africanas de 1992.

Com um espírito de luta, a Costa do Marfim deixou para trás adversários de respeito, como Argélia e Camarões, para surpreender e derrotar a favoritíssima Gana, na grande final. Vale lembrar que os ganeses não contaram com o seu super craque, Abedi Pele, devido a uma suspensão de cartão. 

ESTADOS UNIDOS 1992

gráfico com os níveis da seleção dos eua  1992

Desde o anúncio em 1988 de que os Estados Unidos seriam sede da Copa de 1994, o país vivia uma euforia futebolística. Essa, fundamental para a conquista da primeira Copa Ouro, realizada em 1991 no próprio Estados Unidos.

A competição substituiria a Campeonato da CONCACAF, realizado desde 1963. Nele, a seleção estadunidense só realizou uma boa campanha, sendo vice em 1989.

E por mais que fossem novatos no cenário mundial, a seleção dos Estados Unidos, composta pela base campeã de 1991, contava com carismáticos nomes, a maioria lembrados até hoje por seus torcedores, como: Tony Meola, Bruce Murray e Cobi Jones.

ARÁBIA SAUDITA 1992

gráfico com os níveis da seleção da arábia saudita 1992

Por mais que não tenha participado de nenhuma Copa no período, a Arábia Saudita era uma grande seleção no território asiático. Sua recente ascensão, na década de 80, gerou o bicampeonato da Copa da Ásia (1984 e 1988).

Somado a essas conquistas, e a concretização do crescimento de nível da liga de futebol no país, temos a adição do incrível time do Al-Shabab. Este, era a base da seleção, sendo tricampeão nacional e com boas campanhas internacionais.

Além disso, este seria o primeiro grande torneio de um dos principais jogadores da história do futebol saudita, Sami Al-Jaber que, com 19 anos de idade defendia o Al Hilal.

A FINAL DA COPA REI FAHD 1992

Argentina 3 X 1 Arábia Saudita – 20 de Outubro de 1992

Em uma festa para 75.000 espectadores, Arábia Saudita e Argentina mediram forças na primeira final intercontinental de seleções. A Argentina era favorita, mas alguns torcedores acreditavam em uma surpresa saudita neste grande jogo.

Crença essa que se mostrou não passar de um conto das Mil e Uma Noites. Repetindo um início de jogo frenético, a Argentina não tomou conhecimento da Arábia Saudita e, praticamente, matou o jogo na primeira etapa. Aos 18 minutos, Simeone, pelo meio, rolou para Rodríguez chutar de fora da área e abrir o placar. Aos 24, foi a vez do experiente Caniggia aproveitar falha de marcação e chutar cruzado para o gol.

No segundo tempo, após saída de bola errada da defesa saudita e uma finalização na trave de Batistuta, Simeone marcou o seu gol na competição. Um minuto depois, Owairan fez um belíssimo arremate de fora da área, dando números finais à partida e um sorriso no rosto de todos os torcedores sauditas.

A Argentina era campeã da Copa Rei Fahd 1992, e posteriormente, da primeira Copa das Confederações.

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